“Olho no Lance!”, uma frase que para sempre nos lembrará de um dos marcantes bordões criados por ele: Silvio Luiz, que nos deixou hoje, dia 16 de maio, aos 89 anos, em decorrência de falência múltipla de órgãos. Ele estava internado na UTI do Hospital Alemão Oswaldo Cruz desde o dia 13, por conta de uma indisposição.
Um pioneiro da TV brasileira, uma marca do esporte no veículo, Silvio Luiz Perez Machado de Sousa era apresentador, narrador, repórter, comentarista e também árbitro de futebol, experiência que teve na década de 70. Filho da veterana atriz de rádio e televisão Elizabeth Darcy, irmão da atriz Verinha Darcy, intérprete de Pollyana, na primeira versão da novela, na década de 50, pela TV Tupi.
Em 70 anos de TV, passou pelas redes Record, Excelsior, Bandeirantes, SBT e Rede TV. Na TV Excelsior, destacou-se no Show do Meio Dia, substituindo Hugo Santana. Na Record, foi repórter esportivo, narrador, atuou na primeira versão (ao vivo) da novela Éramos Seis, mas um de seus momentos mais marcantes foi no comando de Clube dos Esportistas, no início da década de 80.
A história de Silvio Luiz e o SBT teve início em 1986, quando Silvio encabeçou a equipe de transmissão da Copa do Mundo do México, num pool entre SBT e Record (à época pertencente aos grupos Silvio Santos e Machado de Carvalho), denominado Unidos Venceremos. A inovadora transmissão teve Silvio no comando de programetes e narrando os principais jogos que eram exibidos em ambas as emissoras, ao vivo ou em compactos.
Em 1996, Silvio retorna à emissora, para a transmissão das Olimpíadas de Atlanta, dividindo a narração com Osmar de Oliveira, Teo José e Nivaldo Prieto. Também narrou amistosos da seleção, e a Copa do Brasil. Em 1998, foi o principal narrador da Copa do Mundo da França. No mesmo ano, esteve à frente de uma nova fase do programa Gol Show, um game show esportivo e interativo, já apresentado no ano anterior por Silvio Santos. Em 1996 e 1997 conquistou o Troféu Imprensa como melhor narrador esportivo da TV.
Os bordões de Silvio Luiz marcaram toda uma geração de telespectadores, que se acostumaram a utilizar em seu dia-a-dia, as divertidas “tiradas” como “pelo amor de meus filhinhos”, “acerte o seu aí, que eu arredondo o meu aqui”, “olho no lance”, “pelas barbas do profeta” e tantos outros que permanecerão eternizados nas memórias televisivas do Brasil.
Os amigos, companheiros, colegas de trabalho, além de toda a diretoria do Sistema Brasileiro de Televisão, expressam profundo sentimento de saudade por Silvio, que deixou as melhores impressões em suas passagens pela casa, pedindo a Deus que conforte o coração de sua esposa – a cantora Marcia – seus filhos, netos e amigos, e solidarizando-se com o público brasileiro, que perde uma de suas referências na programação esportiva da TV.