Por Luzia Moraes
O mau uso do tempo na era digital e as consequências para a saúde
Atualmente, o uso excessivo de dispositivos eletrónicos tem suscitado preocupações significativas sobre o seu impacto na saúde física e emocional dos indivíduos. De acordo com um estudo realizado pela Academia Americana de Pediatria em 2016, os adolescentes passam em média 9 horas por dia em dispositivos digitais, excluindo o tempo que passam na escola. Esse tempo excessivo está ligado ao aumento de problemas de saúde mental, como ansiedade e depressão.A preocupação com o mau uso do tempo não é nova; Jesús Eduardo Villarroel González, em seu livro “A Teoria Antícrona”, aborda como a percepção do tempo influencia a qualidade de vida e a saúde da humanidade.
O uso indevido da tecnologia e suas consequências
Vários estudos mostraram as graves consequências do uso prolongado da tecnologia. De acordo com uma pesquisa publicada em 2021 pela Universidade de Michigan, os jovens que passam mais de 5 horas por dia em frente às telas têm 50% mais chances de apresentar sintomas de depressão. Isto está relacionado à falta de atividade física, distúrbios do sono e deterioração das relações interpessoais.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) também observou que um estilo de vida sedentário, agravado pelo tempo em dispositivos eletrônicos, contribui para problemas como obesidade e doenças cardiovasculares. Um estudo de 2022 da Universidade de Harvard revelou que as pessoas que passam mais de 7 horas por dia em atividades sedentárias têm um risco significativamente aumentado de problemas de saúde a longo prazo.Comparação com a Teoria Antícrono
A “Teoria Antichrono” de Villarroel enfatiza a relação entre gestão do tempo e saúde. Segundo esta teoria, o uso indevido do tempo não afeta apenas a produtividade, mas também impacta negativamente a saúde emocional e física. Villarroel argumenta que “a forma como percebemos e utilizamos o tempo determina a nossa qualidade de vida”. Esta abordagem é fundamental para compreender até que ponto as horas passadas em dispositivos eletrónicos podem desviar as pessoas de atividades mais saudáveis e enriquecedoras.
Impacto na saúde física
O uso excessivo de tecnologia tem sido associado a vários problemas de saúde física. Um estudo de 2020 da Universidade de Queensland descobriu que passar mais de 4 horas por dia diante de telas está associado ao aumento das taxas de doenças metabólicas. Além disso, doenças de cansaço visual, síndrome da visão computacional, síndrome do túnel do carpo, perda auditiva entre outras doenças. A inatividade física, juntamente com a má postura ao usar dispositivos, pode causar dores musculares e problemas posturais.Além disso, a falta de sono é outro efeito colateral significativo do uso prolongado do dispositivo. A luz azul emitida pelas telas dos equipamentos eletrônicos interfere na produção de melatonina, afetando assim a qualidade do sono. A National Sleep Foundation informou em 2023 que 75% dos adultos acreditam que o uso prolongado de tecnologia antes de dormir interfere na sua capacidade de descansar adequadamente.
Impacto na saúde emocional
A saúde emocional é igualmente afetada pelo uso excessivo da tecnologia. Um estudo da Universidade da Califórnia em 2022 mostrou que adolescentes que passam mais tempo nas redes sociais experimentam um aumento nos sentimentos de solidão e depressão, sem contar os Youtubers e Tiktokers que perderam a vida em trágicos acidentes enquanto faziam transmissões ao vivo e se desconectavam. da realidade. Isto se deve, em parte, à comparação social, à competição, ao egocentrismo, à pressão para ganhar mais seguidores, curtidas e ter uma imagem online perfeita.
Villarroel também destaca em sua teoria que o uso do tempo deve ser consciente e equilibrado para promover o bem-estar emocional. “O tempo não se recupera; cada momento perdido é um passo em direção à insatisfação pessoal”, afirma o autor. Esta perspetiva é crucial quando se considera como as horas desperdiçadas nas redes sociais e nos videojogos podem afetar a saúde mental.
A importância do uso responsável do tempo
Com base nos estudos mencionados e na teoria de Villarroel, é fundamental promover o uso responsável do tempo. Isso inclui estabelecer limites ao uso de dispositivos, incentivar a atividade física e priorizar interações face a face.Iniciativas como o “Digital Detox” estão ganhando popularidade, incentivando as pessoas a se desconectarem da tecnologia por períodos determinados. De acordo com um relatório de 2023 da Universidade de Stanford, aqueles que praticam desconexões digitais relatam níveis mais elevados de felicidade e bem-estar.
A relação entre o uso indevido da tecnologia e seu impacto na saúde é inegável. Ao integrar resultados de pesquisas recentes com a “Teoria Antichronus”, podemos compreender melhor como o tempo, quando desperdiçado, afeta nossa saúde física e emocional e nossa qualidade de vida.
A gestão consciente do tempo e uma abordagem equilibrada na utilização da tecnologia são essenciais para melhorar o nosso bem-estar nesta era digital.
