Ato em defesa do Centro Histórico de Salvador!

Duda Tawil, texto e fotos

O Singtur-BA – Sindicato dos Guias de Turismo do Estado da Bahia – realizou no dia 11 um ato público em defesa e pelo respeito ao Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural, no Cruzeiro de São Francisco, no Centro Histórico de Salvador. Além de cerca de 30 guias, alguns em pleno trabalho de guiamento com seus turistas, a manifestação pública reuniu agentes de receptivo da capital baiana, comerciantes, representantes da imprensa local e sobretudo o incansável menestrel do Centro Histórico, Clarindo Silva, jornalista, escritor e proprietário da emblemática Cantina da Lua, no Terreiro de Jesus.

A convocação da presidente do Singtur-BA, pedagoga Rivanete Rodrigues, e da diretoria da instituição, aconteceu uma semana após o forro do teto da Igreja da Ordem Primeira de São Francisco de Assis ruir e causar a morte da turista paulista, uma jovem de 26 anos, Giulia Panchoni Righetto, e fazer cinco feridos. O fato chocou o país, cobra responsabilidades tanto pela tragédia humana como pelo descaso com o patrimônio histórico de forma geral, em particular com o templo católico, um dos mais visitados e queridos da cidade, uma das maravilhas da arquitetura religiosa barroca portuguesa no mundo. O caso está sob investigação.

Sem apontar responsáveis nem acusar, o ato transcorreu de forma pacífica entre 11h e o meio-dia. Cartazes, coroa de flores, entrevistas ao vivo para a rádio através do programa Excelsior Turismo da jornalista Heloísa Braga, muita consternação e preces de mãos dadas, pelos participantes, na porta principal da igreja, obviamente fechada, interditada desde então, foram levados, concedidos e realizados.

Um emocionado e indignado Clarindo Silva tomou da palavra em nome do grupo ali reunido. Após contundente crônica no jornal A Tarde daquela manhã, fez um apelo aos órgãos públicos e à sociedade civil como um todo, para que lutem pela valorização, revitalização e mais respeito daquela área tão visitada de Salvador.

Destacou ainda a esquecida Baixa dos Sapateiros, ali ao lado, citando, por exemplo, teatros, como na sua crônica, icônicos de um passado de glórias, que receberam grandes artistas como Carmen Miranda, Grande Otelo e Vicente Celestino.

Chamou Giulia de “mártir da revitalização do Centro Histórico” e garantiu que, no próximo dia 3 de dezembro, quando serão completados 40 anos da inclusão do Centro Histórico de Salvador na lista do Patrimônio Cultural da Humanidade da UNESCO, com sede em Paris, ela não será esquecida e fará parte das celebrações dessa grande data, também dia de São Francisco Xavier, padroeiro da cidade.

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Sobre Luzia Moraes 2998 Artigos
Luzia Moraes é produtora cultural, ativista humanitária e escritora, formada em Comunicação Social. Já produziu festivais gastronômicos, exposições de fotografia e artes plásticas, eventos em quase todo o Brasil. No exterior participou de projetos importantes em Portugal, Estados Unidos, França, Suíça, Áustria, Alemanha, Espanha, Itália e Bélgica. Em 2012, foi considerada pelo Portal GI (globo.com) como uma das mulheres de destaque no cenário cultural baiano. Desfilou como “destaque” no carro alegórico da escola de samba “Portela” no Rio de Janeiro, em homenagem à Bahia (2012) e em 2014 na escola Mocidade Alegre, em São Paulo, no 4 carro alegórico. No socioambiental já participou de campanhas importantes como: "Vote Cataratas do Iguaçu", "Dia da Amazônia", “Abrace a Vida”, “Maraú Social”, “Outubro Rosa”, “Instituto Sangue é Vida”, “Natal Sem Fome”, "Vermelho Bahia", *Perspectivas em Movimento*, “Carnaval Sem Fome”, "Balaio Verde" e ”Pedophilia No World”. Foi *madrinhas* durante dois anos da Campanha *Mc Dia Feliz* pela unidade McDonald's de Villas do Atlântico. Entre as muitas homenagens, Luzia virou nome de pratos de drinks em renomados e premiados bares e restaurantes de Salvador,
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