Na crista da onda, a arte drag vem ocupando cada vez mais espaços na mídia, se destacando, principalmente, na indústria musical brasileira. É nesse cenário de ascensão que surge Chocolate Batidão, drag queen, cantora e dançarina que vem despontando como um forte nome na cena queer baiana. Com dois clipes recém-lançados, a artista se prepara para se apresentar na 11ª Parada LGBTQI+ de Cajazeiras, no dia 6 de agosto, e a 6ª Parada pela Diversidade de Castelo Branco, no dia 7/8.
Passeando por ritmos como Axé, Pop e Tecnobrega, a artista paraense que mora em Salvador há 5 anos, traz em sua persona artística, além da musicalidade, uma estética andrógina, brincando com elementos da cultura feminina e masculina. Chocolate Batidão, que prefere ser chamada por pronomes femininos enquanto montada, se apresenta com glamourosos figurinos e maquiagem irretocável, mas mantém a barba como uma forte característica de sua drag.
“Eu gosto muito do brilho, de coisas do universo feminino, mas não quero perder minha essência masculina. Na androginia estão os dois gêneros presente em uma só pessoa, e é isso que busco transmitir através do meu trabalho”, conta Chocolate.
Antes de iniciar seu projeto solo, Chocolate, que possui experiência em jazz e balé clássico, atuou como dançarino e coreógrafo com diversas bandas e artistas, entre elas Calypso (Joelma), Gaby Amarantos e Bonde do Forró.
Em 2020 se montou para se apresentar no carnaval e desde então não parou mais. No ano seguinte gravou uma Live Show, que marcou o início da sua carreira drag, e produziu dois clipes interpretando ‘Toca DJ’ de Gaby Amarantos e ‘Bote da Tigresa’, de composição de Marquinhos Maraial e Edu Lupa.
Ouça: https://youtu.be/NvLcmB7_S5Q
Atualmente colhendo os frutos do seu trabalho, tendo reconhecimento da comunidade LGBTQIAPN+ e apresentando nos espaços culturais de Salvador, a artista atribui o sucesso das drag queens cantoras às outras que vieram antes e se tornaram referências.
“A arte drag por muitos anos foi mal vista e hoje, graças a um clã vasto de drags como a Pabllo Vittar, Gloria Groove e Grag Queen, as portas estão se abrindo para novas artistas drags cantoras entrarem nesse mercado. A aceitação da nossa presença ainda está longe do esperado, mas está melhorando ao longo dos anos. É muito importante levantar essa bandeira e ir à luta em busca de mais espacos para esta arte tão incrível”, disse.
Além de se apresentar nos eventos em prol do orgulho LGBTQIAPN+ nos bairros de Salvador, Chocolate Batidão promete a gravação de dois clipes inéditos que serão lançados em suas plataformas digitais em setembro.
SOBRE CHOCOLATE BATIDÃO
Natural de Belém do Pará, Carlos Alberto Macedo, 35, que dá vida a drag queen andrógina Chocolate Batidão, reside na capital baiana há cinco anos, onde se apresenta como cantora, dançarina e personalidade da cena queer baiana.
Começou a carreira aos 15 anos, na dança contemporânea, jazz e nas manifestações culturais do Pará. Trabalhou com grandes nomes da música paraense e nacional como a banda Calypso e Gaby Amarantos, além de bandas de forró como Bonde do Forró (São Paulo) e Gatinha Manhosa (Pernambuco).
Começou a cantar por hobby, sendo incentivada por amigos a exercer o ofício profissionalmente. Construiu sua identidade drag em 2020, quando se apresentou montada no carnaval de Salvador e venceu a categoria Melhor Fantasia pelo Baile dos Mascarados.
Desde então, Chocolate vem acumulando trabalhos e participações na música e na mídia. Gravou uma live show em Pernambuco em novembro de 2021, recebendo convidados especiais para celebrar a sua nova fase como artista. A cantora também gravou clipes de clássicos do forró e tecnobrega, como ‘Bote da Tigresa’, sucesso da banda Lamazon, e ‘Toca DJ’, de Gaby Amarantos.
A drag queen também se apresentou no Centro de Tradição Nordestina (CTN) em São Paulo, e fez uma participação em um quadro de talentos do ‘Programa do Ratinho’, do SBT. Atualmente, Chocolate Batidão se dedica ao projeto de gravação de clipes, que serão lançados ao longo do ano em seu canal do YouTube, e aos shows que fará nas paradas em prol do orgulho LGBTQIAPN+ nos bairros de Cajazeiras e Castelo Branco, em Salvador.