Instrumentos que não podem faltar e dão todo charme que uma roda de samba precisa. Ricardo Madeira

Instrumentos que não podem faltar e dão todo charme que uma roda de samba precisa.

Cavaquinho

O cavaquinho é um instrumento originário do norte de Portugal, introduzido na cultura popular de Braga, de onde foi depois levado para outros países. Um deles, o Brasil.

Com 12 trastos e 4 cordas, no Brasil tem a afinação ré-si-sol-ré e é usado nas apresentações de choro e nas rodas de samba e Waldir Azevedo, Augusto Sardinha, Canhotinho, Dudu Nobre, Salgadinho, Mauro Diniz, Alceu Maia e Arlindo Cruz, são tocadores notáveis deste instrumento na cena do samba e do pagode Brasileiro.

Banjo

Tem 4 cordas popular nas rodas de samba do Brasil em meados da década de 1970, quando o cantor, compositor e músico Almir Guineto adotou de adaptar o corpo do instrumento ao braço do cavaquinho. Assim qualidade do som, a armação reforçada do banjo reduzia o risco de rompimento de cordas. O banjo passou a ser utilizado com o mesmo número de cordas do cavaquinho, porém com uma afinação mais grave e com peculiaridade acústica e batida diferenciada.

– Violão

O violão, instrumento completo e boa acústica, com cordas de nylon, aço ou tendões de animais, concebida e feito de várias madeiras diferentes. O braço possui trastes que a tornam um instrumento temperado. As versões mais comuns possuem seis cordas de nylon, mas há violões com outras configurações, como o violão de sete cordas e o violão baixo, com 4 cordas, afinadas uma oitava abaixo das 4 cordas mais graves do violão/viola.

O violão de acompanhamento tradicional do samba possui características bastante especificas, fórmulas rítmico-harmônicas, com um característico contraponto melódico feito no registro grave do instrumento: a baixaria.

– Pandeiro

Pandeiro é o nome dado a alguns instrumentos musicais de percussão que consistem numa pele esticada numa armação estreita. Tornou-se tão popular no Brasil que foi descrito como um instrumento não oficial dessa nação, e é mencionado na música “Aquarela do Brasil”. O pandeiro é usado em diversas formas de música brasileira, como samba, choro, coco e capoeira. O pandeiro brasileiro deriva da pandeireta ou pandereta da Espanha e Portugal, possuindo dimensões que variam de 8 a 12 polegadas. Muito usado no samba e no pagode, mas não se limitando a esses ritmos, sendo encontrado no baião, coco, maracatu, entre outros, e por isso, considerado por alguns o instrumento nacional do Brasil.

– Surdo

O surdo é um dos instrumentos do samba que não podem faltar nas rodas de samba. Seu som grave traz o peso que uma roda de samba precisa, além de fazer com maestria a marcação seja em um partido alto ou de um samba dolente.

Produzido em madeira e ou alumínio, o surdo pode ser coberto metade com nylon e metade com couro ou então ser revestido totalmente com couro. Ele é tocado com as duas mãos, a mão com baqueta bate do couro e outra mão vem abafando as batidas e toques.

Sua função principal no samba é a marcação do tempo.

– Tamborim

Tamborim é um instrumento de percussão constituído de uma membrana esticada, em uma de suas extremidades, sobre uma armação, sem caixa de ressonância, normalmente confeccionada em metal ou Madeira. No Brasil, é comumente utilizado nos ritmos de origem africana, como a batucada, o samba e o cucumbi. O instrumentista o segura com uma das mãos e o percute com uma ou mais baquetas. A sua “levada” básica é o chamado “carreteiro” e pode ser tocado de maneiras diferentes com toques conhecidos como o: 3×1, 2×1 e 1×1.

 

– Tan-tan

O tan-tan ou tantã é um instrumento de percussão tipo um tambor com o fuste em madeira ou alumínio e é  também chamado de rebolotantã de corte ou tantanzinho e o de 14″ que possui um som mais grave como o do surdo.

Este instrumento é de marcação, e é tocado com as mãos para tocar samba,  tendo sido criado por Sereno, sambista do Rio de Janeiro, integrante e um dos fundadores do grupo de pagode Fundo de Quintal. O tantã foi introduzido no samba para substituir o surdo de marcação nas rodas de samba do Cacique de Ramos, no fim da década de 1970.

 

– Cuíca

A cuíca é um instrumento do samba produzido por metal, revestido por couro com uma vareta no meio do couro, chamado de cambito.

Ela é tocada com um pano umedecido, para fazer o som da cuíca roncar. É  necessário apertar com o pano úmido em cima do cambito, fazendo movimentos para frente e para trás.

A cuíca produz um som de ronco característico. Quanto mais perto do centro da cuíca o dedo do instrumentista mais agudo sai o som.

 

– Repique de mão

O repique de mão é produzido em alumínio ou acrílico e coberto com nylon. É um instrumento de corte que entra no contratempo da batida do tan tan.

Foi adaptado através de um tom de bateria acústica, ideia desenvolvida por Ubirany do Cacique de Ramos (integrante e um dos fundadores do grupo de samba Fundo de Quintal). Este instrumento, traz uma levada peculiar que dá um swing especial na roda de samba.

 

– Reco-reco

Formado por uma base de aço e metal com molas de aço, o som do reco-reco é produzido pelo atrito entre essas partes.

O reco-reco típico do Brasil, por sua vez, é comumente utilizado em grupos de samba/pagode. Em alguns modelos, a caixa possui um orifício inferior, permitindo que o instrumentista altere a reverberação interna ao tampar e destampar o orifício.

Com todos esses ingredientes, o compositor Ricardo Madeira compôs e canta a música Minha Raiz. Que retrata a roda de samba de forma alegre e harmoniosa. Como nos velhos tempos.

Já ouviu ?

Corre lá!!

 

Coluna Samba Madeira de lei, por Ricardo Madeira.

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Cineasta, editor, e produtor cultural.
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