Jorge Torres Blanco, o mestre colombiano, transcende a tela com sua arte que tece emoções e simbolismo em uma tapeçaria de história pessoal e homenagem. Cada uma de suas obras traz a marca do objeto icônico, a máquina de costura, símbolo de luta e superação, emblema da maternidade e da profissão de costura, profissão que foi fundamental em sua infância, mas que agora parece estar desaparecendo em ou andamento.
Nascido na efervescente Bogotá em 1962, Torres Blanco abriu caminho para as artes plásticas graças à sua formação na excelente Escola de Arte da cidade. Foi aí que plantou as sementes do seu talento e paixão pela sua arte. Posteriormente, sob a tutela do Maestro Humberto Giangrandi, mergulhou no estudo de técnicas como a serigrafia, a litografia e a gravura em metal, que acabaram por moldar o seu estilo único.
No universo artístico de Torres Blanco, o surrealismo figurativo ganha vida, e seu trabalho encontra um foco particular no tema da mulher. A figura feminina, em seu duplo papel de mãe e costureira, torna-se o centro de sua narrativa visual, sempre tratada com carinho delicado e respeitoso. Suas pinturas transcendem formas e objetos, conseguindo comunicar as emoções e histórias pessoais que alimentam seu impulso criativo.
O símbolo onipresente da máquina de costura permanece como um talismã em sua arte, representando a luta pelo autoaperfeiçoamento. Esta ferramenta, que era a base do sustento e do progresso de sua família, adquire um significado poderoso em seu trabalho, evocando uma realidade social e econômica compartilhada por muitos colombianos.
Em cada traço, em cada ponto, Jorge Torres Blanco convida à reflexão, a uma pausa para contemplar as mãos das mulheres, seus rostos femininos concentrados e suas vidas em seus ambientes íntimos, domésticos, de trabalho e até sensuais. A maternidade é homenageada não só na figura materna, mas também na representação da máquina de costura, aquela fiel Cantora que foi o suporte de vida de muitos lares.
A arte de Torres Blanco, em suma, homenageia a resistência e a capacidade transformadora do cotidiano. Seu trabalho é um reconhecimento da maternidade e do esforço das costureiras, materializado em um objeto tão mundano quanto essencial: a máquina de costura. Em suas telas, revela-se uma reivindicação do cotidiano, das mulheres e das lutas invisíveis que forjam a história de um país e de seu povo.