RAYSSON LIMA – O PRIMEIRO JOVEM NEGRO A SER SOLISTA DE UMA ORQUESTRA NA BAHIA USANDO COMO INSTRUMENTO, O BERIMBAU

Raysson Lima Vieira Gomes Conceição, é natural de Salvador Bahia, filho de Antonio Carlos Gomes Conceição, o cantor, compositor e mestre de capoeira Tonho Matéria e de dona Joelma Lima Viera Gomes Conceição, produtora de eventos.

Raysson Lima, assim é conhecido no mundo da música, é um percussionista e capoeirista baiano da Associação Cultural de Capoeira Mangangá, que teve como seu primeiro instrumento um berimbau ainda quando era criança, por influência do seu pai. Aos 3 anos, começou a acompanhar os ensaios do Olodum, grupo de percussão afro-baiano que mostrou o samba reggae ao mundo. Raysson se apresentou com a banda no Brasil e acompanhou seu pai em shows e cursos no exterior, em países como Argentina, Singapura, França e Estados Unidos. Entre 8 pra 9 anos, passou a fazer parte do Núcleos Estaduais de Orquestras Juvenis e Infantis da Bahia – NEOJIBA, e desde 2017 integra a Orquestra 2 de Julho, principal formação orquestral do programa. No anos seguinte, em 2018, participou da sétima turnê internacional da orquestra, quando se apresentou nos principais palcos da Suíça, Itália e França ao lado da pianista argentina Martha Argerich.

Para além do universo da música clássica, Raysson com apenas 18 anos, mantém uma carreira como músico popular – é multi-instrumentista, produtor musical, arranjador, cantor, compositor – e já tocou com grandes nomes da música brasileira e internacional como Gilberto Gil, Carlinhos Brown, Arnaldo Antunes, Tonho Matéria, Ivete Sangalo, Claudia Leite, Gloria Estefan e grupos como Timbalada, Bloco da Capoeira, Ara Ketu, Filhos da Bahia, Olodum, Grooverê e Agdavi do Jejê.

Em turnê com a Orquestra Neojiba, Raysson foi escolhido para ser o Solista, tendo como instrumento, o berimbau. A turnê começou no Teatro Castro Alves em Salvador, Bahia e segue para a Europa. O grupo vai passar pelas cidades de Rimini (12/9), Milão (13) e Turim (14), na Itália, além de Copenhage (16), na Dinamarca, Antuérpia (18), na Bélgica, Amsterdã (19), na Holanda, Paris (20), na França, e Lisboa (22), em Portugal. Onde terá a participação mais que espacial da pianista Maria João Pires.

Um dos destaques da viagem será a apresentação de uma peça concertante para berimbau, percussão e orquestra, na qual o berimbau será o protagonista. A obra Kamarámusik foi composta pelo baiano Jamberê Cerqueira, que venceu o concurso promovido pelo NEOJIBA para incentivar jovens compositores da Bahia na criação de repertório para o berimbau. O percussionista e capoeirista baiano Raysson Lima será o solista da peça. Esta peça, inclusive, só existe por conta de Raysson, quando o maestro Ricardo Castro, diretor artístico e regente titular da Neojiba, viu Raysson executando vários toques da capoeira no berimbau.

Antes da viagem, a orquestra fez um concerto em Salvador, no dia 7 de setembro, no Teatro Castro Alves, apresentando parte do repertório que será levado à Europa e com os solistas Raysson Lima (percussão) e Manoush Toth (piano).

Raysson Lima com apenas 18 anos, registra seu nome na história da música clássica e erudita, e por que não dizer, na música popular brasileira como o primeiro jovem negro a ser solista de uma orquestra usando como instrumento, o berimbau. E assim segue a Neojiba, cumprindo o papel de educação e formação para jovens negros.


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