Tempos de incertezas
O papel dos três poderes da república brasileira, está estabelecida no art. 2º, da Constituição Federal de 1988, sendo os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, independentes e harmônicos, interferindo uns nos outros para assegurar as garantias constitucionais e estabelecer o equilíbrio entre eles, evitando excessos e abusos.
Nesse último período, assistimos de forma preocupante e espantosa o chefe de um dos poderes estimular através de suas redes sociais, atos e até ameaças de agressão física aos membros do poder legislativo e judiciário, o que resultou numa abertura de inquérito contra os participantes e seus financiadores, freando conforme estabelece a lei no estado democrático de direito, tal tipo de atitude. Nesse ambiente hostil, diversas entidades da sociedade civil recorrem ao congresso nacional e ao STF para a manutenção das garantias constitucionais estabelecidas na carta magna de 1988 e que já passou por inúmeras reformas até os dias atuais.
A necessidade do confronto permanente é um traço da personalidade do atual chefe do poder executivo do nosso país, criando um ambiente permanentemente hostil, inviabilizando a construção das condições necessárias para a superação da crise sanitária, econômica e social que passa a nossa sociedade, dificultando a construção de pontes, envolvendo governadores, prefeitos e toda a sociedade civil organizada para esse objetivo.
O diálogo e a união de esforços, principalmente num momento em que um vírus devasta milhares de famílias, seria o ambiente mais propício para atravessarmos as incertezas que estão postas na atual situação da sociedade brasileira, mas que a falta dessa capacidade de construção, nos coloca numa situação de orfandade perante o grave momento que estamos vivendo.
Vital Vasconcelos
Presidente Municipal do PCdoB