30 e poucos e (D)seus Mistérios – Suzy Hekamiah

E mesmo neste caos, um dia podemos perceber que há uma perfeita ordem que nos rege.

                                                                       Por Suzy Hekamiah
 
Mesmo com todos os nossos planos, as surpresas de nossos dias é o que decora a vida. E pelas nossas vivências nos tornamos parte e complexidade em diferentes tomadas de decisões. 
 
E mesmo neste caos, um dia podemos perceber que há uma perfeita ordem que nos rege.
 
Há quinze anos eu não esperava viver meus 30 e poucos ainda como se estivesse aos meus 25 anos. Em estado de espírito, eu digo. Mas por outro lado sinto o peso da maturidade. E talvez por isso, eu tenha me inspirado em compartilhar esta mensagem com vocês.
 
 Antes, eu não entendia como nem tudo está sob meu controle. E a única forma de mudar seria aprender a focar apenas em aquilo que conseguimos controlar, mesmo que isso pareça o mínimo. Porque o mínimo se torna o alicerce necessário perto dos 30. Na verdade, fazer o mínimo a cada dia é o básico. Pena que, muitas vezes, aprendemos isso apenas após os 30 e poucos...
 
Um terço da vida passa e toda a nossa história se torna cada vez mais condizente com a razão que nossos ancestrais acreditaram em nossa existência. Inconscientemente, honramos nossas famílias, mesmo que não queremos fazer parte delas… Porque perto dos 30 nós percebemos como a vida passa rápido e a energia muda conforme os nossos valores. Mas sempre seremos resultado de nossa história. Por isso, fazer hoje é agora é a única coisa que realmente muda as nossas vidas. E o TEMPO é de longe, a única coisa que temos.
 
 
Há dez anos eu queria mudar o mundo para melhor e acreditava que isso era condizente com a minha essência. Mas não há como mudar o mundo externo, se nós não controlarmos o interno. Eu era apenas uma aprendiz sobre meu próprio tempo e insolente em colocar certas vontades minha na frente de tudo.
Acontece que mesmo que sinta-me destinada a servir e seja desconectada de muitas coisas, eu apenas compreendi como o único controle que tenho sobre tudo e todos é como reajo às situações e não como eu quero que o mundo reaja a mim. E por mais que eu queira, não é minha responsabilidade salvar todos. 
 
Há muito tempo eu deixei a ansiedade dominar os meus dias e projetos porque pensei demais, mesmo achando que não, que não estava sendo influenciada pelos julgamentos alheios, mas eu estava. Pensar demais ou sentir demais é tão danoso quanto ser racional demais. Neste mundo material sempre há consequências se ignorarmos a lógica, porque a lógica e leis fazem parte de todo o universo também. 
 
Aos 30 e poucos também compreendi que tudo parece se ajeitar quando dizer “não” se torna um tipo de chave importantíssimo para ser usado.
 
E são tantas coisas que afloraram em mim aos 30 anos. Como perceber que meu corpo é parte de um universo e complexo para a mente humana. Como cada detalhe meu faz parte da minha história e é importante. E qualquer julgamento que vá contra isso é ir contra meu espírito. O respeito por mim e a mim está claro. E solitude não é uma ameaça como a solidão, mas o lugar que recarrego minhas energias e limpo minhas emoções. 
 
Faz parte de mim, hoje, pensar que tudo é efêmero exceto um legado que posso deixar, mas não é minha responsabilidade pensar nisso, senão apenas fazer a minha parte. Porque aos 30 compreendemos que somos o que podemos ser. Mas só podemos ser se focarmos nossa energia na missão que rege a nossa alma.
Crédito da foto
Leire Baztarrica
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Sobre Shah Moises 2037 Artigos
Cineasta, editor, e produtor cultural.
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