A cada 11 minutos
Zero hora,
Amélia, que era “a mulher de verdade”
Zero hora e onze minutos,
Maria, a que tinha “um dom, uma certa magia, uma força que nos alertava”
Zero hora e vinte e dois minutos,
Rosa, a “divina e graciosa. Estátua majestosa”
Zero hora e trinta e três minutos,
Conceição, a que “tentado a subida desceu”
Zero hora e quarenta e quatro minutos,
Marina Morena, a que “se pintou”
Zero hora e cinquenta e cinco minutos,
Mila, a das “mil e uma noites de amor com você”
Uma hora, …
Emília, Mônica, Chica, …
Assim vai o dia nascendo…
E as estatísticas crescendo.
A cada novo dia,
O relógio macabro não para!
A cada 11 minutos,
Um novo estupro.
É mais uma chaga infinita a se abrir.
E o corpo? De uma mulher!
Negra Luz
Claudia F.S.Almeira ( Negra Luz) – É advogada graduada pela Universidade Católica de Salvador, Contadora formada pela faculdade Cairu, Especialista em Gestão de Pessoas e direito constitucional pela UFBA.