Há metades de mim que gosto, que amo! Cláudia ( Negra Luz)

Hoje quero ver nuvens pesadas no céu, Quero roncos de trovoada

Cláudia (Negra Luz)

-I-

Há metades de mim que gosto, que amo!
Sou soma das metades de Painho e de Mainha. Esses são frutos de outras metades. Metades de avós e avôs, que são metades de meus bisavós e bisavôs. Assim, todos e todas são metades. Todas são queridas. Todas são metades amadas e seguem na composição de metades que sou.
Também sigo como metades de outras amadíssimas metades que somadas a outras metades, nasceram de mim! Ahh! Essas metades são tão lindas, tão belas! São elas as continuações das metades de mim.
Tais quais essas últimas metades, também metades de mim são meus versos… minhas poesias. Através dessas metades materializadas no papel, partilho fotografias de todas as metades que confraternizam no que sou.

-II-

Hoje quero ver nuvens pesadas no céu,
Quero roncos de trovoada
Que vente
Que chova
Que raios cruzem o ar
Que você esteja presente
Só para que eu possa dizer
Oyá,
Obrigada!
Só para dizer
Oyá,
Obrigada!

-III-

É seu o segredo da palavra
X da questão da comunicação
Um dia entenderemos melhor a sua mágica
Um dia compreenderemos melhor a sua ação
Um dia romperemos o preconceito
Um dia será justa a retribuição

Por hora , gratidão
Agradeço por tudo
Zela por mim e por todos como é grande seu coração!

-IV-

Mil nascentes em mim
É sua presença
Água doce
Olhar doce
Beijo manso
Olhos-d’água
Cachoeira de amor
Tudo em mim
Vem de tu
Inspiração
Coração
Coragem
Pensamento
Inspiração
Estou sob suas mãos
Agradeço, Oxum.

-V-

Só hoje entendi a sua grandeza
Os mistérios do mar
E de Yemanjá
Empresta-me suas ondas
Sua beleza
Para que eu possa me espelhar
Vai vem de ondas
Outros reflexos
Novos caminhos
Molhos pés
Sinto na alma
Arreia fofa
Bem molhada
Sigo firme
No meu caminhar

-VI-

Grandes Mulheres

São todas grandes mulheres!
Uma se entremeia aos ventos e às tempestades,
Está no eco dos trovões,
Nas lutas dos nossos corações!

São todas mulheres além do tempo!
Uma se vê nas nascestes,
Abençoa nossas vidas… nossos ventres.
Espelha emoções!

São infinitas, em nós, essas mulheres!
Uma afaga a nossa cabeça,
Está nas ondas que trazem e que levam,
Vejo-a no horizonte, apontando as nossas direções!

São, sim, mulheres com as quais aprendemos!
Uma tem o tempo inscrito em seu corpo,
A sabedoria ancestral de um povo.
Detem saberes que pondem nos levar a outras dimensões!

Sim. Elas. Deusas- Orixás:
Yansã,
Oxum,
Yemanjá,
Nanã.
Todas elas!
MULHERES!
Mulheres da História negra.
Mulheres das raízes pretas.
Todas grandes mulheres ancestralizadas,
A cuidarem de mim.

-XLVII-

Com esses escritos agradeço a toda essa plêiade que me põe essa mulher que sou e que hoje completa 47 anos.

Obrigada, Painho e Mainha.
À vocês o meu nascimento!
Vocês sempre estarão em meus renascimentos!
Enfim,
“O ESPÍRITO É VIDA. É LIBERDADE. É AMOR.”

Família,
Amo.
Cau

03.03.2022

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Sobre Shah Moises 1993 Artigos
Cineasta, editor, e produtor cultural.
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